Sob a presidência da juíza Shauhanna Oliveira de Sousa Costa, o Tribunal do Júri da comarca de Morrinhos condenou Leandro da Silva Gonçalves Marciano a 34 anos de reclusão em regime fechado por tentativa de feminicídio contra sua ex-mulher, Geane Cleia Alves Pires, e homicídio qualificado do companheiro dela, Israel Elcio Santos. Os crimes ocorreram em 7 de dezembro de 2023 e o réu foi condenado, ainda, a pagar R$ 40 mil à ex-companheira pelos danos causados a ela, que ficou com sequelas físicas e psicológicas, e R$ 75 mil aos herdeiros de Israel.
Ao dosar a pena de Leandro, a magistrada considerou as circunstâncias agravantes dos crimes, no caso de Israel, porque o motivo foi fútil e houve recurso que impossibilitou a defesa da vítima. E, no caso de Geane, porque, além de também o crime ter sido cometido igualmente por motivo fútil e com uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, enquadra-se no contexto de violência doméstica contra mulher. Além disso, Geane foi atacada na presença do filho e a prática de crime na presença de descendentes da vítima é, também, circunstância que aumenta a pena.
De acordo com a denúncia do Ministério Público (MPGO), após arquitetar o crime, Leandro deslocou-se de Caldas Novas a Morrinhos e, portando uma arma de fogo, ficou nas proximidades da residência de Geane e, ao perceber que Israel entrou em um supermercado, aguardou ele por um tempo na porta do estabelecimento. Em seguida, abordou a vítima, simulou que queria apenas conversar e, diante da recusa de Israel de sair do local, retirou a arma de fogo da cintura e disparou quatro vezes contra ele a “queima roupa”. Também esse fato deu causa ao aumento da pena do réu, pois o crime foi cometido no interior de um supermercado, local em que havia diversas pessoas, inclusive crianças e seu próprio filho.
Após isso, Leandro dirigiu-se até a casa da ex-companheira e, na frente de seu filho, realizou mais um disparo, atingindo-a no tórax. A munição acabou e, mesmo assim, Leandro continuou agredindo a mulher com coronhadas e só parou após a intervenção de terceiros. Além dos prejuízos psicológicos, Geane ficou com incapacidade permanente de exercer suas atividades.
TJGO